quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Berghain, O Mito/ Quando em Berlim dance música eletrônica...De qualidade.



Berlim é uma cidade incrível cheia de pessoas loucas...por música eletrônica. E o que mais você vai encontrar são clubs escuros que abrem na sexta e não fecham até domingo, onde a música não pára e as pessoas não cansam. Hello, Molly!
A minha primeiríssima-primeira experiência em um club berliner, eu nem conto muito, os queridos flatmates da minha segunda host, Amélie, me levaram nesse lugar, que eu by the way, não lembro o nome ou onde fica, cheguei lá e tudo ía muito bem, conversei com algumas pessoas, a música era boa, conheci um moço muito legal que usava um chapéu do Jake The Dog, que eu muito quis pra mim (o chapéu, no caso), mas lá pelas tantas, ou melhor lá pelas poucas, porque eu devo ter ficado duas horas no lugar, minha pressão foi pro saco, o ambiente era quente pra dedéu e a fumaça era demais até pra mim, so eu entrei num taxi e voltei pra casa quase desmaiando. Pressão baixa é uma coisa tão legal, sqn.
E aí uma belíssima sexta-feira, eu e o Arthur, meu bestie lindo companheiro de aventuras, resolvemos ir no Berghain. Pra quem não sabe o Berghain é uma das baladas mais famosas da Alemanha e da Europa inteira, grandes djs já passaram por lá, e os bouncers são conhecidos por serem exigentes e a fila enooooorme, porém quase ninguém entra, por isso quando chegamos lá, eu estava praticamente me cagando nas calças de nervoso.
Na fila não tinha quase ninguém, e o moço da porta, enorme cheio de piercings e tatuagens no rosto com uma cara de puto com a vida, mal nos olhou, só perguntou em quantos nós estávamos, e o Arthur respondeu: "Zwei", sem mostrar os dedos, e foi isso estávamos dentro.
Na sexta, assim como em outros dias, só o Panorana Bar está aberto, então você, entra, passa pela revista, paga, recebe o carimbão no pulso, se dirige à chapelaria, e sobre uma escadinha até entrar nesse lugar, que apesar de parecer um pouco com outros lugares que você vai ver aqui, ao mesmo tempo não tem nada a ver com nada que você já tenha visto ou vivido na vida. Música incrível e contagiante, fotos gigantes lindas do Wolfgang Tillmans na parede, e gente de TODO o jeito, gents lindas, gents loucas, gents beyond loucas, gents boneco de Olinda style de tãoooo loucas, enfim as gents tudo. Gostei tanto que voltei sozinha outras vezes.
No sábado do mesmo fim de semana, colei lá quase de manhã, fiquei com medo de não entrar sozinha e com meu alemão zuado, estava mais nervosa que da primeira vez, e quando cheguei na porta o bouncer assustador sinalizou pra eu entrar e ainda falou "Sorria, fia!", e eu comecei a dar gargalhada, de nervosa que estava, e aí ele ainda disse "Viu, ó, bem melhor! Você é mais bonita sorrindo!" Confesso que morri por dentro um pouco quando o bouncer mais assustador do mundo me falou pra sorrir porque eu estava muito séria, mas são os perks de viver com bitchface crônica.
Sábado é oooooutra história, é gigante, e em vez de sair na portinha e subir as escadinhas, a lateral da chapelaria está aberta com portas enormes e você sobe outras escadas de ferro até uma pista grande, e lá é gents pra todo o lado falando todos os tipos de línguas, nos queijinhos, nas grades das escadas, dançando techno enlouquecidamente, hi, Molly, is that you again?
E o Panorama Bar continuou sendo meu lugar de escolha, apesar de que há muitas salinhas, bares e lounges para serem explorados, tome cuidando porque se descer as escadas demais vai cair no dark room, a menos que seja isso que você quer, quem sou eu pra julgar?!
Quinta feira passada, voltei lá, como já contei em outro poste, and it was amazing, foi meu dia preferido até agora, mas eles só abrem em algumas quintas para shows especiais, somente no Panorama Bar, e tem menos pessoas e menos turistas.
E até então não tinha entendido muito bem o lance da porta, todas as vezes que tentei entrar, eu não só entrei como fui muitíssimo bem recebida, mas via sempre uma galera sendo mandada embora, pessoas mais bonitas e bem vestidas que eu, e nas internete tudo, achei um monte de gents falando sobre como era difícil entrar no Berghain. Na quinta eu descobri o porquê, bem na minha frente tinha um americano típico douchebag, falando que ele tinha que entrar lá, que ele era um grande dj nos EUA e que darará...Ficou um tempão de mimimi, e por soltou uma tipo: "Eu conheço gente, vocês vão se foder..." Dei uma olhada em volta e percebi que garotas lindas super bem arrumadas em saltos também não entravam, e de repente caiu a ficha. O lance é JUST CHILL, seja você mesmo, desde que você mesmo não seja um douchebag, use roupas discretas e confortáveis, você vai se acabar de dançar FOR GOD'S SAKE, não adianta ir montada que não vai rolar, fia. Outra coisa, não há espelhos em nenhuma parte do lugar, então pra que encher a cara de make, se vai derreter tudo e você não vai poder retocar? Fotos lá dentro são proibidas, então favor não fazer a linha turistão e/ou fotógrafo da balada, o que acontece lá dentro, fica lá dentro, e você com certeza também não vai querer ter sua experiência documentada, dependendo da sua experiência, claro...Grupos grandes também não entram, porque geralmente grupos grandes podem causar mais, e eu acho, particularmente, que quando você está num grupo grande de amigos, você curte mais seus amigos do que a experiência e ali é uma EXPERIÊNCIA, que deve ser aproveitada propriamente sem limites ou pudores, mente aberta é essencial.
O lugar é sensasional, um prédio antigo perto da estação Ostbahnhof, no limite dos bairros mais legais de Berlin, Kreuzberg e Friedrichshain, inclusive o nome vem daí, BergHain, got it?! É totalmente gay friendly, e realmente maravilhoso, e o melhor pa mim, é do lado de casa, vou caminhando. ;P
Os preços são ótimos, se você pensar no padrão São Paulo de baladas famosas, quinta feira 8 euros, sexta 12 e sábado 14, mas o mais legal, é que como em outros lugares de Berlim, com o carimbo no braço, você pode voltar pra casa dormir, e voltar depois, só mostrar seu carimbinho.
A cerveja e os drinks também não são caros, e eu posso seguramente dizer, que a música e o lugar por si só são tão incríveis, que você não vai nem sentir falta de ficar mailocoqobátima.
O Berghain se tornou um dos meus lugares preferidos, você pode ficar horas dançando sem ninguém te encher a pelota, ou você pode trocar ideia com gente de todo o tipo e de todo lugar, é só você ir com mente e coração abertos, sem preconceitos ou julgamentos, ser você mesmo e curtir. Caso você cole lá, dance por mim e tome um gim-tônica, quem sabe até a gente se vê na pista do Panorama Bar.

Berghain/Panorama Bar
Wriezener Bahnhof
10243 Berlin

Liebe Grüße
Xu 







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